A dengue é o arbovírus urbano mais comum nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem tido grande importância para a saúde pública nos últimos anos. O vírus da dengue (DENV) é um arbovírus com quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A época do ano em que a doença é mais comum ocorre nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água estagnada promove a propagação de mosquitos e, portanto, a disseminação mais ampla da doença. É importante evitar água parada todos os dias, pois os ovos do mosquito podem sobreviver no ambiente por um ano.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, mas os idosos e aqueles com doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, correm maior risco de doenças graves e outras complicações fatais.

Os principais sintomas da dengue são:

  • Febre alta > 38°C;
  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo. 

O grau de dano hepático pode variar. A dengue, se não tratada adequadamente, pode levar à hepatite ou insuficiência hepática aguda. E o corpo costuma dar sinais de que isso está acontecendo. Os sintomas mais comuns são vômitos, náuseas, dor abdominal intensa, urina escura, fezes claras e pele e olhos amarelados.

Como saber se meu fígado foi afetado pela dengue?

O fígado produz as enzimas TGO e TGP, que são consideradas sinais de dano hepático. Essas substâncias estão acentuadamente elevadas na infecção aguda por dengue e podem ser usadas como preditores da gravidade da doença em casos agudos.

As taxas normais dessas substâncias variam entre 35 e 50 (depende de cada laboratório). Na dengue, os valores podem ser superiores a 500 (10x o valor de normalidade), inclusive chegando na casa dos 2.000 a 3.000. Existe uma relação entre os valores dessas taxas e a lesão hepática: quanto maior o valor, mais o fígado está ‘sob ataque’.

Mesmo pessoas que não foram acometidas de alterações hepáticas em uma primeira infecção pela dengue devem cuidar do fígado. Afinal, após a recuperação, a pessoa fica vulnerável à reinfecção pela dengue, isso porque a dengue possui quatro tipos diferentes do vírus.

Dá para recuperar o fígado depois da dengue?

A resposta é sim! Totalmente. A lesão hepática, por pior que ela possa parecer, ela ocorre durante o curso da infecção da dengue. Porém, as taxas hepáticas podem permanecer elevadas mesmo que a fase de febre e dores tenha passado. É importante o acompanhamento do Hepatologista neste momento para a monitorar essas taxas, que tendem a cair com o tempo. No caso de permanência de elevação das taxas hepáticas, o médico deverá buscar outros diagnósticos, fazendo uma análise mais detalhada das outras causas de inflamação hepática.

Quais são os cuidados que eu preciso ter com o fígado?

É importante entender que durante essa fase de elevação das taxas do fígado, o  órgão está inflamado e pode não estar funcionado corretamente. Portanto, é fundamental manter a saúde hepática. Como fazer isso? Não se deve, EM HIPÓTESE NENHUMA, fazer uso de bebidas alcoólicas. Além disso, é preciso ter consciência com uso de remédios, principalmente anti-inflamatórios e antibióticos, não beber chás ou preparações (é sério, isso pode piorar muito a situação!)

Não existe um remédio específico que faça o fígado melhorar. Com os cuidados que eu disse acima e o tempo, as taxas e a inflamação tendem a cair e a normalizar.

Como eu sempre digo: na dúvida, procure um hepatologista!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *